Brain Rot: Quando a tecnologia compromete nossa saúde mental e cognitiva

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Neurociência 5 min. de leitura

Brain Rot: Quando a tecnologia compromete nossa saúde mental e cognitiva

Author

Stéfanie Bracarense

Psicológa Clínica Comportamental e Docente.

Você já ouviu falar em “brain rot”?

Esse termo tem ganhado destaque nas redes sociais para descrever os efeitos do uso excessivo e descontrolado da tecnologia sobre o nosso cérebro. Apesar de não ser um conceito técnico, ele expressa uma realidade que tem preocupado pesquisadores da neurociência e da psicologia: o impacto negativo do tempo excessivo em telas na nossa cognição, bem-estar emocional e relações sociais.

Estudos recentes mostram que o uso prolongado de dispositivos digitais — especialmente sem pausas e com estímulos constantes, como notificações, rolagens infinitas e recompensas rápidas — pode afetar diretamente funções cognitivas como:

➡️ Atenção e concentração

➡️ Memória de trabalho

➡️ Capacidade de planejamento

➡️ Criatividade

➡️ Raciocínio lógico

➡️ Tomada de decisão

Além disso, há uma crescente associação entre o uso intensivo de tecnologia e o aumento de transtornos ansiosos e depressivos, especialmente entre jovens. Isso se deve, em parte, à comparação constante com padrões irreais das redes sociais, à falta de interações sociais reais e à hiperestimulação contínua do cérebro.

A psicologia comportamental também tem evidenciado como os algoritmos influenciam e moldam o nosso comportamento. Por meio de reforços intermitentes — como curtidas, comentários e notificações —, somos condicionados a buscar constantemente aprovação, distração e validação externa. Isso gera uma distorção da realidade, nos afastando do momento presente e da nossa própria identidade.

Como minimizar os efeitos do “brain rot”?

A boa notícia é que existem estratégias práticas para reduzir esses impactos e promover uma relação mais saudável com a tecnologia. Aqui vão algumas recomendações baseadas em estudos recentes:

🧠 Estabeleça limites claros de tempo de tela

Use apps de controle ou defina horários específicos para estar online. Priorize pausas regulares.

🧠 Valorize os encontros presenciais

Não substitua o contato humano por interações virtuais. Marque encontros com amigos e familiares sempre que possível.

🧠 Desative notificações desnecessárias

Reduza estímulos externos. Isso ajuda a manter o foco e diminui a ansiedade digital.

🧠 Questione os padrões sociais das redes. Não se compare constantemente com o que vê online. Lembre-se:

O que é postado nas redes é, muitas vezes, uma versão filtrada da realidade.

🧠 Pratique presença e atenção plena (mindfulness)

Reconecte-se com o presente. Reserve momentos sem tela para observar, sentir e simplesmente estar.

A vida real acontece aqui e agora.

Cultivar conexões reais, manter uma mente saudável e proteger nossa cognição é um ato de autocuidado essencial nos tempos digitais.

Você não precisa abandonar a tecnologia , apenas aprender a usá-la com consciência.

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